escolhe »

para alguém que conheço, ou conhecia...

A frieza com que te rejeitei, não era má.
Sou péssima em relacionamentos, tu sabias disso. Eu não queria que desistisses de mim, de ti, de nós… pelo menos eu não queria.
Tu sabes que sempre quis morar num abraço teu, num abraço bem apertadinho, no eterno que criamos. Mas esse abraço torna-se impossível devido aos quilómetros que nos separam.
E fico assim, encostada a um tipo de pena de mim própria. Quem me dera que estivesses aqui comigo, agora mesmo, a ajudares-me a sofrer… mas parece que até tu te foste embora. Quiçá seja por isso que te recordo. Não havia palavras para descrever aquela amizade súbita e bonita. A amizade virou amor. A distância virou impontualidade e desleixo.
A distância é apenas um pormenor sem importância. Penso em ti, penso sempre em ti e tenho saudades, é bom saber que existes.
Sabes, um amor pode ser um segredo que se conta na hora da nossa morte. Cada amor é uma espécie de outra vida, e eu sinto-me a desviver a cada instante quando tu não estás para falarmos de nada mas, a tua amizade-amor ajudava-me a não pensar. “Acima de enamorados, seremos amigos”, lembras-te disto? Uma doença de amor só é curada com cuidados de um amigo como tu. Por-favor, vem visitar-me sempre. Preciso da calma do teu olhar oceânico.
O teu corpo já não está cá em casa, nem no sofá, apenas o teu corpo. Eu sei que estás aqui, eu sinto-te, tocas-me as mãos e os olhos como a primeira vez e vamos juntos ver a imensidão. Tentaste abandonar este amor, mas esqueceste-te da tua boca na minha.
Sinceramente não sei a quem escrevo, porque tu só foste uma personagem. 
Os covardes não recebem cartas.