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O teto desta sala

Sento-me nesta sala e relembro a frieza do seu olhar quando fixava o teto branco. Relembro também o cheiro do seu perfume e de todos os gestos que fez pela primeira vez que o vi, olhava para o teto e para mim. Sim, para mim. Eu só me limitava a olhar quando ele observava o teto.
Gosto de (te) amar até ao infinito e do infinito aqui, vezes sem conta.
Relembro as trocas de carinho e do beijo à esquimó ao domingo. Nunca tive outro amor assim. É o primeiro e como o primeiro não há nenhum! Tanto não há, como não quero! Sinceramente não sei se digo isto pelo meu romantismo não ter cura ou por estar, simplesmente, perdida de amores. Questiono-me sempre.
Nem tudo o que é bom perdura, porém não me arrependo de cada segundo que mutuamente nos proporcionamos (e ainda vamos proporcionar), na verdade há sempre bons e maus momentos.
Ele diz que tanto amor é recíproco e eu acredito; ele diz que eu sou o refúgio e eu acredito; ele diz que me adora ouvir cantar então eu canto como nunca!
É um primeiro amor introcável e os tetos agora dizem-me tanta coisa (desta vez em segredo).
Agora sento-me nesta sala e re-lembro tudo, re-vejo tudo. Sento-me e reparo que o primeiro amor é capaz de levar tudo, deixando connosco a memória. E se algum dia, o meu primeiro amor se for e decidir levar as memórias também:
RE-olhamos para o teto e RE-amamos!

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