escolhe »

Florescimento

Apareci do nada com vontade de vos escrever novamente. 
Mesmo sendo lido apenas pelas estrelas, eu sinto-me feliz por o fazer. As coisas continuam as mesmas, com uma pitada a mais de maturidade e outra a menos de romantismo. Afinal de contas faz parte do crescimento. 
Perdemos algumas coisas pelo caminho, ganhamos outras. É como se o universo te retirasse e oferecesse para equilibrar a balança. E quero falar sobre isso mesmo, o quão generoso tem sido o universo comigo. 
Perdi amigos passageiros, ganhei amigos para a vida. Perdi paciência e talvez tenha ganho uns cabelos brancos. Perdi lutas, ganhei batalhas. Perdi loucura, ganhei prudência. Perdi uns abraços e ganhei outros mais apertados. Perdi paixões e ganhei o amor da minha vida. 
Chorei as perdas e senti-me abençoada pelos ganhos.  
Faz parte do crescimento, tolda a nossa personalidade, torna-nos únicos. As batalhas fortificam-nos, independentemente se as vencermos ou não. E a vida é assim, cada traço da nossa personalidade, cada cicatriz, reflecte essa luta, esse crescimento. 
Cada pico de tristeza é compensado por cada pico de alegria. Temos de vogar juntamente com o universo. 
Temos de florescer. 

Presa ao amor

Amo-te tanto que deixei de me conhecer.
Sabes bem como sou (ou pelo menos era), livre ao ponto de dizer que o amor nunca me iria prender aos desejos, amarrar aos sonhos ou asfixiar com tanto perfume. Agora não sei bem o que sou mas sei que sou tua.
Queria poder esquecer-te. Tirar-te dos meus pensamentos, do meu coração, da minha vida. Saber que raio de demónio és tu que me atormenta com memórias e como consegues ser o meu favorito.
Estava pronta para receber a felicidade, e tu não apareceste. Estava pronta para te dizer o quanto imperfeito eras e como te amava assim, e tu não apareceste. Estava pronta para te amar de novo, e tu não apareceste. E acabou.
Diz-me onde estás porque sem a tua mão na minha eu não existo mais, por favor.
Agora parece que não tenho escolha, estou presa à tua pele. Nunca dois corpos se entenderam tão bem, e se o universo tem fim encontra-se no fundo dos teus lábios.
A primeira vez que te vi prometi a mim mesma que nunca te iria amar, é por isso que te amo. Achas que a lua chorou quando desististe de mim? Agora que já não existem os nosso abraços, sabes dizer-me que barulho é que a chuva faz quando cai? Porque é que ainda há tanto de mim em ti?
Afinal sempre tinhas razão quando dizias que o amor é sinónimo de prisão, mas só concordo porque ainda continuo presa a ti.




Louca por ti

Meu amor, está na hora de te escrever o que eu nunca fui capaz de te dizer. 
Embora seja tarde, muito tarde até, quero dizer-te que depois da chuva ninguém ignora a água, quando o sol retorna... Não importa se na água foram choradas milhares de lágrimas, de amor, de dor... A água evapora e volta a cair. E as lágrimas vêm voando para nós, como as coisas que perdemos, mas, na realidade, nada está perdido. 
A cada segundo que passa a lua diz-nos para viver! Viver e amar o que somos, como somos, assim como somos. 
Só quero mesmo despedir-me de ti. Vejo-te a sorrir. Então eu também sorrio. Estás feliz. Eu estou feliz. Eu não tenho duvidas. Não tenho ponta de arrependimento. Eu nem passado tenho. Só tenho uma enorme vontade de começar de novo. 
E ser feliz. 
Contigo. 
A vida é muita curta para não sermos felizes juntos.